Ou pra pensar em como seria bom se a gente tivesse deitados juntinho debaixo da coberta, lembra? O barulho da chuva batendo na janela e sua respiração ficando ofegante enquanto eu beijava sua nuca e segurava sua cintura. Sua mão me puxava pra mais perto e aos poucos você ia virando pra mim e a gente se perdia naqueles beijos que pareciam infinitos. Dai pra frente a gente perdia as horas, o filme, o tempo. E no final a gente se abraçava de novo e dormia até o dia seguinte.
Mas hoje a chuva ta batendo na janela e eu to aqui, escrevendo mais uma vez. Não tem você pra me chamar pra cama, porque deixamos de ser nós quando você escolheu ser só você. Eu não sou egoísta mas ninguém me ensinou a largar tudo isso de uma hora pra outra. Eu provavelmente faltei nas aulas de esquecimento, devia ta ocupado nas de apego. Mas tudo bem, a vida as vezes prega essas com a gente e eu to levando tudo como ensinamento, afinal a gente ta aqui pra evoluir né.
O problema é que evoluir as vezes machuca, a troca de "pele" tem momentos dolorosos durante o processo. Eu creio que o pior mesmo já tenha passado, mas algumas mudanças ainda cutucam lá no fundo. Mas é bom sair da zona de conforto, ajuda a levantar e subir alguns degraus que pareciam tão distantes.
A chuva me trouxe você na lembrança, mas fez eu lembrar que assim como ela, tudo passa. Algumas tempestades são necessárias pra mudar nossa direção e abrir caminhos novos pra onde não iriamos sem elas. E do mesmo modo que ela causa alguns desastres, ela também ajuda a lavar a alma.
Então, deixa chover..
Tudo passa...até uva passa!
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